domingo, 22 de junho de 2008

Falando de Fotoetnografia...

Por outro lado, o papel da fotografia, imagem estática, e utilizada como escritura narrativa, leva o observador a chegar a uma compreensão maior e mais verdadeira dos valores sociais, culturais e rituais desta população, permitindo um maior conhecimento antropológico e etnográfico desta população, sem ter que ir até o lugar, mas pela observação das fotografias.

É sua condição icônica, que na duplicação visual do mundo, vai descortinando, de forma indélevel, novas visões dos fenômenos sociais, no caso vivenciados pelos ilhéus e registrados pelas fotografias.

São visões estas que na observação presencial, muitas vezes é ineficaz, pois o olhar deixa de apreender pela existência do movimento, que é perturbador para o ser humano e para a visão natural, mas, que a mediatização da fotografia, enquanto processo fotoetnográfico, capta e narra como instrumento cientifico, pois permite a re-observação do mesmo fenômeno.

A cientificidade dos trabalhos etnográficos, antes dominada pela escrita e pelo pensamento narrativo tradicional, com a fotoetnografia leva a academia agora a curvar-se frente as novas tecnologias hipertextuais, que o trabalho de campo fotoetnográfico, vai “desreificando” do próprio exagero do grafocentrismo. Pode-se esplanar o conhecimento científico, também de outra forma, permitindo que a esplanação dos objetos de estudo, contemplem o dialógo entre a grafia tradicional e a imagem.

Estas outras maneiras de apresentar um “ethos” e a imersão cultural e humana existente no fenômeno no campo antropológico, são contemplados não só com a fotoetnografia, mas também com fotoetnotextografia.

Existem ainda duas considerações, a serem feitas e ambas se referem a utilização da fotografia na antropologia visual, e o seu uso, neste estudo “Fotoetnotextográfico”, feito sobre o Ilhéu, seus mitos e a sua religiosidade, na Ilha dos Marinheiros.

A fotografia, mais do que qualquer coisa, descortinou diante do olhar dos próprios ilhéus, a sua vida. Eles se viram protagonistas e puderam aprender sobre si mesmo, em um mundo que cada vez se comunica mais por imagens, e tem tanta dificuldade para se enxergar, pois se vê demais.

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