terça-feira, 8 de abril de 2008

Oferecer, além da possibilidade de ler, também poder ver, é uma das propostas do nosso trabalho com a fotoetnografia, com a fotoetnotextografia.
A observação atenta, com a inserção na comunidade e as exaustivas visitas, aos finais de semana à ilha dos Marineiros, levaram à uma aceitação, deste pesquisador, por parte da comunidade, como alguém que se interessava pore les, por seus problemas e que passava horas a fio sentado a escutá-los, sem apressar-se nunca.
As relações com os ilhéus, tiveram início em 1999, nas visitas a cada casa e a cada família da ilha, se apresentando, realizando fotografias, quando autorizado, e as devolvendo-as ampliadas em cada nova visita. Isto se fez nos últimos nove anos, de forma ininterrupta, fazendo com que a investigação participante, rende-se alguns milhares de imagens fotográficas, e se fosse aceito como um deles.
Elaborar um trabalho de antropologia visual, na área de ciências sociais, com a utilização de imagens fotográfica, exige um minucioso planejamento e uma construção, que deve ser muito bem elaborada. Quando se pensa, que a interação entre os registros verbais e os registros visuais que como diz Samain, ao falar sobre o livro de Bateson e Mead, “Balinese Character”, como “(…) concebidos como verdadeiras fontes de pesquisa e não apenas como meras e possíveis ilustrações”. (SAMAIN. in ALVES. 2004. 53), são de uma enorme importância para o trabalho. As fotografias adquiriram uma importância maior do que a de apenas fragmentos do observado, mas necessitavam de uma eloqüência maior, a fim de mostrarem, narrrarem e recordarem, a realidade espistemológica que procuravam conter de cada fenômeno gravado.

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